quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O Mal: Uma Reflexão Sobre a Polaridade Necessária ao Universo




Desde os primórdios da humanidade, o conceito do Mal tem sido objeto de profunda reflexão filosófica e espiritual. A busca pela compreensão das forças que permeiam o universo e a dualidade intrínseca à existência humana levou a diferentes abordagens, algumas delas remontam ao contexto alquímico e à perspectiva de Eliphas Levi.


Na filosofia alquímica, a busca pela transmutação da matéria bruta em ouro, simboliza a procura pela elevação do espírito humano em direção à perfeição. Neste contexto, o Mal é visto como a escuridão inicial, a "matéria bruta" que deve ser enfrentada e transformada para alcançar a evolução. Essa visão alquímica do Mal é relevante para compreendermos a polaridade necessária ao universo.


Eliphas Levi, um renomado ocultista do século XIX, também abordou o conceito do Mal em suas obras. Para ele, o Mal é uma força inevitável e presente na natureza, que desempenha um papel vital no equilíbrio cósmico. Assim como a luz e a sombra se complementam, o Bem e o Mal estão intrinsecamente ligados e constituem o tecido do universo.


Essa visão não busca justificar a maldade ou a crueldade humana, mas sim perceber o Mal como uma força polar que permite o desenvolvimento e a evolução. O Mal, ao desafiar a moralidade estabelecida, impulsiona a busca pelo Bem e permite que a compreensão e a valorização das virtudes sejam mais profundas.


A polaridade do universo é refletida em diferentes tradições filosóficas e religiosas. O yin e o yang da filosofia chinesa, a dualidade de Deus e o Diabo nas religiões monoteístas, todos apontam para a interdependência entre o Mal e o Bem. A luta constante entre essas forças opostas é a essência da experiência humana e da jornada espiritual.


No entanto, essa perspectiva não deve nos levar à complacência ou aceitação passiva do Mal. Ao contrário, reconhecer sua existência é um chamado para a autorreflexão e a busca constante pela elevação moral e espiritual. É através da luta contra o Mal que o caráter é forjado, a sabedoria é adquirida e a alma se purifica.


Portanto, a reflexão sobre o Mal e sua polaridade necessária ao universo nos convida a transcender dualismos simplistas e abraçar a complexidade da existência. Ao enfrentar as sombras, encontramos a luz; ao confrontar o Mal, fortalecemos o Bem. A jornada em direção à evolução espiritual requer o equilíbrio entre essas forças, e é nesse equilíbrio que descobrimos a verdadeira essência da vida.

Certamente! O tema do Mal e sua relação com o universo é complexo e profundamente enraizado nas discussões filosóficas e religiosas ao longo da história. Vou explorar alguns pontos adicionais sobre essa questão intrigante:


1. Dualidade e Equilíbrio: A ideia de dualidade, onde o Mal e o Bem são vistos como forças opostas, mas complementares, é uma abordagem recorrente em várias tradições de pensamento. Essa dualidade é percebida como essencial para manter o equilíbrio do universo. O conceito de dualidade é encontrado em várias filosofias orientais, como o taoísmo, que representa a interação harmoniosa e cíclica entre yin e yang, onde nenhum aspecto pode existir sem o outro.


2. Mal como uma Força Transformadora: De acordo com a perspectiva alquímica mencionada anteriormente, o Mal é visto como a escuridão primordial, a matéria bruta que deve ser trabalhada e transmutada para alcançar a elevação espiritual e a perfeição. Essa visão sugere que os desafios e adversidades, frequentemente associados ao Mal, podem atuar como oportunidades para crescimento e evolução pessoal.


3. A Questão do Livre Arbítrio: A discussão sobre o Mal também está intrinsecamente ligada ao conceito de livre arbítrio. Algumas correntes filosóficas sugerem que o Mal é resultado da capacidade humana de fazer escolhas, incluindo a escolha de praticar a maldade. A existência do Mal nos confronta com a questão da responsabilidade pessoal e moral.


4. Relatividade Moral: A natureza do Mal é muitas vezes subjetiva e relativa a diferentes culturas, épocas e perspectivas individuais. O que é considerado mal em uma sociedade pode não ser visto da mesma forma em outra. Essa relatividade moral levanta questões sobre a universalidade do Mal e o papel da cultura e da ética na sua definição.


5. Teodicéia e o Problema do Mal: O estudo do Mal também está relacionado com a teodicéia, uma tentativa de reconciliar a existência do Mal com a ideia de um Deus benevolente e onipotente. A presença do Mal no mundo tem sido um desafio para muitas crenças religiosas, e várias teodiceias foram propostas para abordar esse enigma.


Em última análise, o Mal é um tema que nos convida a uma profunda reflexão sobre a natureza da existência, a moralidade humana e o propósito da vida. Reconhecer a polaridade do universo e a dualidade do Bem e do Mal pode nos levar a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo que nos cerca. É um convite para buscarmos o equilíbrio interior e a elevação espiritual, enfrentando as sombras e descobrindo a luz em meio às adversidades. A reflexão sobre o Mal nos desafia a sermos seres mais conscientes, compassivos e éticos em nossa jornada pela vida.

Com prazer! Vamos aprofundar cada um dos tópicos mencionados anteriormente:


1. Dualidade e Equilíbrio:

A ideia de dualidade está presente em várias tradições filosóficas e religiosas. Na filosofia oriental, como no taoísmo e no budismo, a dualidade é vista como uma lei natural que permeia o universo. O yin e yang no taoísmo representam a interação entre forças opostas, como feminino e masculino, escuridão e luz, passividade e atividade. Essas forças são interdependentes e complementares, e seu equilíbrio é essencial para a harmonia cósmica.


No contexto da dualidade, o Mal é muitas vezes visto como parte da ordem natural das coisas, desempenhando um papel necessário na manutenção do equilíbrio. A ausência do Mal pode levar à estagnação ou à falta de crescimento. Por exemplo, na natureza, as estações do ano representam uma dualidade entre o inverno, um período mais sombrio e frio, e o verão, um período mais quente e luminoso. Ambos são essenciais para o ciclo de renovação e crescimento da vida.


2. Mal como uma Força Transformadora:

Na alquimia, a busca pela "Pedra Filosofal" representa a transmutação da matéria imperfeita em uma forma elevada e perfeita. Esse processo alquímico não se restringe apenas à transformação de elementos materiais, mas também se aplica à transformação do próprio indivíduo, buscando a evolução espiritual.


O Mal, nesse contexto, é entendido como um estágio inicial de imperfeição, uma escuridão que precisa ser enfrentada e trabalhada para alcançar a iluminação. Assim como o carvão passa por intensas pressões para se transformar em diamante, as adversidades e desafios da vida são oportunidades para o crescimento pessoal e a elevação espiritual.


3. A Questão do Livre Arbítrio:

A existência do Mal e da maldade no mundo levanta a questão do livre arbítrio humano. Se somos seres livres para fazer escolhas, incluindo escolhas moralmente questionáveis, surge o dilema da responsabilidade pelas ações.


Essa questão é um desafio antigo conhecido como o "problema do Mal" ou "problema da maldade". Se Deus é onipotente e benevolente, por que ele permitiria a existência do Mal? Diversas respostas teológicas foram propostas ao longo da história, como a ideia de que o Mal é resultado da liberdade de escolha concedida aos seres humanos, ou que o sofrimento pode ser visto como um meio para o crescimento e aprimoramento da alma.


4. Relatividade Moral:

A relatividade moral é uma realidade amplamente observada na diversidade cultural e ética ao redor do mundo. O que é considerado mal em uma cultura pode não ser visto da mesma forma em outra. Essa relatividade pode ser explicada pelas diferentes normas sociais, crenças religiosas e valores arraigados em cada sociedade.


Essa noção desafia a existência de uma definição absoluta de Mal e levanta questionamentos sobre a natureza da moralidade. Algumas perspectivas filosóficas, como o relativismo moral, argumentam que não existem princípios morais universais e que a moralidade é construída pela sociedade.


5. Teodicéia e o Problema do Mal:

A teodicéia busca reconciliar a existência do Mal com a ideia de um Deus bom e poderoso. Essa questão tem sido debatida ao longo da história, e diferentes teodiceias foram apresentadas para tentar resolver esse paradoxo.


Alguns argumentam que o Mal é uma consequência inevitável do livre arbítrio humano e que Deus permite que o Mal exista para preservar a liberdade de escolha e a responsabilidade moral. Outra abordagem é a teodiceia do mundo em processo, que considera o universo em constante evolução e que o Mal é resultado da interação dinâmica de forças naturais e liberdade humana, e não de uma ação direta de Deus.


Em resumo, a reflexão sobre o Mal nos convida a explorar profundamente os mistérios da existência e da natureza humana. É um convite para questionar nossas crenças, compreender a dualidade inerente à vida e buscar a harmonia entre as forças opostas. A jornada para compreender o Mal e sua relação com o universo é uma busca constante por sabedoria, ética e compreensão, e uma oportunidade para alcançar uma maior conexão com nós mesmos e com o mundo à nossa volta.

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

A musa desaparecida

 


Bom dia, boa noite. Em certos momentos da vida, somos agraciados com encontros fugazes que transcendem a rotina e transformam nossa existência. Assim aconteceu quando uma garota distante cruzou meu caminho, rompendo a monotonia da apatia que me cercava. Seu sorriso parecia uma miragem sedutora, e sua presença efêmera me inebriava com um amor líquido, uma emoção fluida e imprevisível, como o filósofo Bauman descreveria.

Essa musa enigmática se tornou um desafio, uma obra-prima da minha imaginação, existente somente no mundo das ideias. Seu impacto preencheu minha alma de anseios e inspirações, abrindo um portal para reflexões sobre o amor platônico e suas armadilhas. Amar criações da mente pode ser uma jornada perigosa e trágica, como os ensinamentos de Platão já nos alertavam.

Contudo, como um dia ensolarado cede lugar à noite escura, essa musa desapareceu. De forma inesperada, ela excluiu suas contas das redes sociais e silenciou suas respostas às minhas mensagens. O vazio que se seguiu foi como um luto indireto, pois não perdi a pessoa em si, mas a criação da minha mente que tanto amava.

Esse mistério despertou dúvidas sobre o encontro entre o amor líquido e o amor platônico na realidade. Será que nossa conexão existiu além da esfera imaginária? Teria ela sentido o mesmo amor líquido por mim, ou tudo não passou de uma ilusão fugaz?

Esse episódio com a musa desaparecida deixou uma marca profunda em meu coração, revelando que amar criações da mente pode ser um perigoso ato de autossabotagem. Contudo, mesmo diante das incertezas, sou grato por tê-la conhecido, mesmo que em uma dimensão fugaz. Pois foi através dela que aprendi a romper a comodidade e a apatia que me aprisionavam, abrindo espaço para reflexões profundas sobre o amor, o eu interior e a efemeridade da vida.

Assim, a musa desaparecida permanecerá para sempre em minha memória como uma luz brilhante que iluminou minha jornada filosófica, me levando a explorar os meandros da mente, dos sentimentos e do amor platônico, transcendendo as limitações da existência humana. Nessa busca contínua por respostas, a reflexão sobre essa experiência fugaz torna-se uma inesgotável fonte de conhecimento e crescimento interior.

domingo, 30 de julho de 2023

Para além das reflexões



Na obra de Oscar Wilde, "O Retrato de Dorian Gray", e no clássico de Robert Louis Stevenson, "O Médico e o Monstro", encontramos profundas reflexões sobre a natureza humana e suas complexidades, especialmente no contexto da solidão e da dor da alma. Esses personagens fictícios, embora distintos, podem ser interpretados como metáforas para a jornada humana em busca da sabedoria interior através da experiência da dor e da solidão.

Assim como Arthur Edward Waite afirmou, "A solidão é a oficina dos alquimistas da alma, onde o chumbo da dor é transformado no ouro da sabedoria interior". Nessa perspectiva, tanto Dorian Gray quanto o Dr. Jekyll compartilham da experiência de se encontrarem isolados em suas próprias angústias interiores, buscando uma liberação para suas dores e conflitos emocionais.

Dorian Gray, em sua busca pela juventude eterna e prazeres mundanos, se vê preso em um ciclo de vaidade e indulgência. Sua solidão é mascarada pela beleza superficial que o retrato em seu sótão carrega, guardando todos os sinais de seus pecados e degradação. A dor da alma de Dorian é refletida no retrato, enquanto sua consciência permanece intocada. O preço pago por Dorian Gray em seu desejo egoísta é a sua própria humanidade, aprisionado em um retrato envelhecido, enquanto sua aparência permanece imutável. Sua solidão, no final, revela a inevitável consequência de suas escolhas imorais e a incapacidade de escapar da dor que ele mesmo causou.

Já o Dr. Jekyll, em "O Médico e o Monstro", busca separar sua natureza boa da má, acreditando que, ao fazê-lo, poderia liberar-se do mal que o assombra. No entanto, sua experiência demonstra que a dor e a solidão da alma não podem ser facilmente dissociadas. A dualidade entre Dr. Jekyll e Mr. Hyde representa o conflito interior de cada ser humano, a batalha constante entre o bem e o mal que coexiste em todos nós. O sacrifício aqui é o de sua própria identidade e sanidade, enquanto tenta controlar o monstro dentro de si. A libertação só é alcançada quando o Dr. Jekyll toma consciência de que não pode separar-se de sua outra metade, mas deve encontrar um equilíbrio e aceitar toda a sua natureza.

Tanto Dorian Gray quanto o Dr. Jekyll enfrentam a dor e a solidão como resultado de suas escolhas e ações. O caminho para a sabedoria interior, para a libertação da alma, só pode ser alcançado quando reconhecem que cada ação tem consequências e que a verdadeira transformação só ocorre quando se compreende a interconexão de todas as coisas no universo. Consciência do todo é aceitar a responsabilidade por suas escolhas e suas sombras interiores, buscando o equilíbrio e a harmonia em vez da mera satisfação dos desejos imediatos. Somente assim a dor pode ser transformada em sabedoria, e a solidão, em comunhão com o universo.



No contexto do paralelo entre o amor universal, o amor efêmero e os prazeres dopaminérgicos, podemos encontrar uma relação profunda com a jornada da alma em busca de sentido e plenitude. O amor universal, muitas vezes associado à compaixão e ao amor incondicional, representa a conexão profunda com todas as formas de vida, transcende o ego e é uma expressão da unidade do ser com o todo cósmico.

Por outro lado, o amor efêmero é aquele que está sujeito à impermanência e à volatilidade das emoções humanas. Ele é frequentemente associado aos relacionamentos e paixões passageiras, baseados em atração física e desejos temporários. Esse tipo de amor pode trazer prazer momentâneo, mas também pode levar à dor e à solidão quando a conexão se desvanece.

Por sua vez, os prazeres dopaminérgicos referem-se aos estímulos que ativam a liberação de dopamina no cérebro, como o consumo de drogas, experiências sensoriais intensas ou comportamentos viciantes. Esses prazeres, embora possam trazer sensações de euforia e gratificação instantânea, também são passageiros e, muitas vezes, mascaram uma busca mais profunda por significado e satisfação verdadeira.

Nesse contexto, o amor universal representa a busca pelo verdadeiro sentido da existência e a conexão com algo maior do que o eu individual. Ele transcende a busca por prazeres momentâneos e efêmeros, apontando para uma compreensão mais profunda da vida e de nosso propósito nela.

Incorporando uma frase ocultista sobre a morte, podemos refletir sobre a natureza transitória da existência e a importância de confrontar a finitude como uma fonte de transformação:

"Na morte, encontramos o limiar que separa as ilusões do mundo material da verdadeira essência espiritual, revelando a eternidade que reside no âmago de cada alma." - Autor desconhecido.

Essa reflexão nos leva à questão da existência vazia que muitas vezes afeta as pessoas "sonâmbulas" que habitam o mundo. Vivendo em uma rotina mecânica e superficial, elas podem se sentir desconectadas do propósito da vida e presas em um ciclo de busca por prazeres imediatos e fugazes. Essa existência vazia pode ser resultado do afastamento do amor universal, da conexão com algo maior do que si mesmo, e da negligência das profundidades da alma em busca de sabedoria e significado.

A busca por prazeres efêmeros e dopaminérgicos pode proporcionar uma satisfação temporária, mas a verdadeira realização e plenitude só podem ser encontradas quando se desperta para a consciência do amor universal, para a conexão com o todo e para a compreensão de que a morte é apenas uma passagem para a eternidade da alma.

Assim, é essencial despertar do sono da existência vazia e buscar uma conexão mais profunda com a vida e com o universo, buscando uma consciência mais plena e significativa. A jornada rumo à sabedoria interior e ao amor universal é o caminho para romper com a superficialidade e encontrar a verdadeira essência do ser humano. Apenas quando nos conectamos com o todo, encontramos o sentido que preenche nossa existência e transcende a solidão e a dor da alma.

Ao refletir sobre a busca da sabedoria interior e do amor universal, é impossível não mencionar as ideias de Carl Gustav Jung, renomado psicólogo e estudioso da psique humana. Jung acreditava na existência de um processo de individuação, que é a jornada de autodescoberta e integração dos elementos inconscientes e conscientes da personalidade. Essa jornada é essencial para encontrar significado e plenitude na existência.

Assim como na alquimia, onde a Pedra Filosofal era o grande objetivo dos alquimistas, a individuação representa a busca pela "Pedra Filosofal" interior, que simboliza a totalidade e a unificação do ser. Ao alcançar esse estado de integração, a pessoa se liberta da ilusão da existência vazia e descobre a verdadeira essência de sua alma.

Jung acreditava que, ao explorar o inconsciente e confrontar os aspectos sombrios de nossa psique, podemos alcançar uma transformação interior profunda e alquímica. Ao integrar os opostos dentro de nós mesmos, encontramos a unidade e a conexão com o todo, abraçando nossa natureza mais profunda e espiritual.

Nessa aplicação etérea da existência, a busca pela Pedra Filosofal interior transcende as preocupações efêmeras do mundo material e se dirige ao encontro com nossa essência espiritual. É o processo de despertar para a conexão com o universo e com o amor universal, reconhecendo que somos parte de um todo maior.

Assim como na alquimia, em que a Pedra Filosofal tinha o poder de transformar metais inferiores em ouro, a individuação nos permite transformar as partes mais sombrias e imperfeitas de nossa psique em sabedoria e compreensão. É o caminho para a iluminação e a libertação da dor da alma, encontrando a essência pura e eterna que reside dentro de cada um de nós.

Em última análise, a aplicação etérea da existência é a busca pelo autoconhecimento profundo, pela integração das dualidades e pela conexão com o todo cósmico. É o mergulho na jornada alquímica da alma, onde a Pedra Filosofal representa a plenitude e a transformação interior. Quando nos empenhamos nessa busca, transcendemos a existência vazia e encontramos o verdadeiro sentido e propósito de nossa vida. Através do amor universal e da conexão com o todo, encontramos a sabedoria que preenche nossa existência com significado e transcende a dor e a solidão da alma. É o caminho para a verdadeira realização e iluminação.



segunda-feira, 24 de julho de 2023

A forja psiquica

 







Bom dia, boa tarde, boa noite. Venho trazer uma reflexão a cerca da psique do mago. É comum nesse blog me ver falando que o mago é senhor da vontade e por muitos posts ressaltei a importancia da persistencia diante das adversidades. A mente é martelo que bate até purificar o coração e é ai que entra o que chamo de forja psiquica.

Para se ter um metal puro o ferreiro bate varias e varias vezes...consigo ver uma certa semelhança com o processo de amadurecimento e nessa busca por remover as impurezas se conquista um coração forte como aço...mas não somos feitos de aço.

Somos feitos de carne e nosso peito sangra todo dia com o pulsar de nossos corações, ainda assim a razão se revela a unica ferramenta capaz de impulsionar o fluxo de emoções e energias psiquicas dentro de nossa realidade e amadurecimento.


A magia antes de mais nada é um jogo de fé que passa pela razão, mas que só ganha proposito dentro dos corações forjados pela vitoria da vontade sobre a apatia. Também é comum ver por aqui eu insistir na ideia que magia é a ação. O verbo divino que se realiza atravez do simples ato de agir. O ferreiro experiente é aquele que aprendeu a confiar nos processos...entende que são eles que refinam o trabalho e atravez deles que se obtém um resultado primoroso.

Gosto de pensar que a magia assim como tudo na vida cobra seu preço. Nada é de graça e aquilo que parece ser não recebe um valor lá muito alto. É preciso de esforço...porque só atravez dele que ha real progresso. Acreditar juntamente com a criatividade e a razão é o que torna o mago um mestre da forja psiquica.


Lembro de falar no post passado sobre a associação da espada e do ego. Aqui reafirmo que é somente atravez da forja psiquica o mago obtem o controle abrindo mão do controle. O ego é um fardo, uma maldição e saber refinar o coração para não se perder em impurezas é o dever sagrado de todo iniciado na arte.

Eu mesmo por conta do TDAH e do autismo tenho dificuldade em funções executivas...basta ver a falta de constancia aqui no blog, mas ainda assim cabe a mim lutar e entender que só metiante a martelada a mente dobra as fibras musculares do coração em um ato artistico e ritmado capaz de levar para aquilo que realmente almejo ser.

Carregue um coração forjado pela psique em niveis internos tão profundos como as raizes de uma grande arvore e entenderá que é perigoso ir sozinho sem emoções organizadas, cadenciadas e ministradas atravez da fundição da mente, o espirito e o objeto final, o coração, livre de dor e preocupação.




Por fim faço uso da colocação dita no filme dr estranho para ressaltar que não se fica acima das sombras e dos demonios internos sem um coração puro, forte e forjado atraves da arte de persistir martelada apos martelada até se comprender a ponto de não mais precisar se refinar, mas como somos falhos somos fadados a vira e meja voltar pra forja psiquica para novamente nos tranformamos em um eterno jogo de cura e ressurgimento.

domingo, 23 de julho de 2023

O Ego seria a espada suprema?


Olá, caro leitor que não desistiu do blog da cabana. Entre trancos e barrancos estou de volta. Então pega uma cadeira e se aconchegue no calor da lareira da reflexão e do pensamento. Nessa madrugada gostaria de levantar uma questão. Seria o Ego um vilão?

Sinceramente acredito que não. O ego está para o ser como a espanda para o magista. A espada antes de mais nada é uma ferramenta de violencia, mas tambem pode representar a proteção. Na magia representa o elemento fogo. O fogo que pode consumir tambem pode suprir. O ego é isso o fogo oculto no interior do Ser. Se descontrolado ele queima a si mesmo e o mundo ao seu redor, mas quando canalizado ele nos permite criar.

A espada é um simbolo de honra e poder e representa o masculino...O ego por sua vez é muito mal visto, mas ele que nos protege dentro de nossa fortaleza de amor proprio. Ele parte do que nos somos e nega-lo é algo perigoso.

Como dize Clarice Lispector: Até cortar os proprios defeitos pode ser perigoso..."

É isso o ego faz parte do que somos e o magista deve lidar com a luz e as sombras.  Respeitando cada uma das forças dentro de sua totalidade. Ha um ditado samurai que diz: "Uma espada em punho mantem a outra na bainha"

Esse ditado faz alusão ao fato que as vezes precismaos da sombra e vilaniza-la e nega-la é um erro infantil e orgulhoso. O ego é parte do Ser, mas não deve ser seu guia e sim sua proteção.

E você leitor o que pensa sobre o ego? Enxerga a beleza por tras das sombras? Particulamente não é facil mediar a fina linha que separa as varias camadas que constituem quem somos e o que queremos ser.


Schopenhauer, gosto da frase acima que pode ser encarada como arrogancia ou como efeito de um ego inflado, mas acredito que para desvendar os misterios da existencia é fundamental uma dose de veneno...veneno que impulsiona a inteligencia. Lembre-se que nem o budismo se liberta do ego.


Por fim faço uso das palavras da monja Coen para resaltar que a grandeza não está em se livrar do ego, mas controlar a si mesmo tão precisamente atraves da vontade a ponto de saber como manejar essa força...assim como o espadachim que treina para dominar a espada.

  

 

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

A vontade vs a procrastinação diaria


Olá leitor, estou de volta, quero trazer uma reflexão acerca desse tema tão obscuro. A preguiça. Dizem os antigos anciãos que a preguiça é a grande inimiga do mago. Porque ela tem o poder de minar a vontade.

Todos que caminhamos por essa arte sabemos que a força reside na vontade...ela que impulsiona o agir e o movimento é a grande lei do universo.

Só que eu venho aqui hoje desvilanizar a moleza, a preguiça, tudo aquilo que nos faz procrastinar. Afinal nem só de ação e tensão se vive...é preciso respirar. Quando se é caos é comum enrolar com mais frequência, mas não consigo ver como algo que mina a vontade.

A própria ação de procrastinar de certa forma é uma manifestação sublime da força de vontade. Claro, o mago deve ser senhor de seus vícios, mas se controle é uma ilusão...ir de encontro a pausa é o grande desafio...

Precisamos procrastinar, assim como precisamos da dor e do incômodo de dar o primeiro passo. Porque no final só o que fica marcado no código de barras da alma é aquilo que se conquistou mediante a esse desconforto.

Por fim, não existe uma formala mágica e o que posso perceber é que as artes ocultas nos pedem um pouco de bom senso e honestidade. Para saber que nem sempre vamos estar dispostos e que tá tudo bem desistir pra se poupar. O inteligente é aquele que escolhe quais batalhas lutar.

Depois do limbo existencial


Olá leitor. Bom dia, boa tarde, boa noite. Esse post é muito mais do que um aviso que estou de volta. Ele é um convite a retomar esse caminho comigo.

O mago carrega formas do heremita e este precisa vagar. Perambular pelas trincheiras do campo de batalha existencial. Bem, foi isso que fiz.

O problema é que no caminho houveram algumas perdas e tive que confrontar o limbo. Para mim o limbo mágico é talvez o processo mais complexo no processo do magistas.

Isso porque ele envolve se permitir, se perdoar e se conhecer. Uma vez uma pessoa sábia me falou que morremos um pouco a cada anoitecer e que cada amanhecer renasciamos modificados.

De fato o sono é parecido com a morte em muitos aspectos...mas voltando ao limbo. Acredito que esse lugar de puro vazio se apresenta de maneira pessoal pra cada um. Pra mim vem na forma da melancolia e do cansaço.

As vezes posso demorar segundos e outras vezes meses pra achar o caminho de volta a superfície. Não sei como é pra você leitor, mas cedo ou tarde todo magistas passa por esse período e quanto mais se avança esses períodos de trevas vão ficando mais densos.

Pois bem...voltei...a cabana já está reaberta e aos poucos começo a retomar as reflexões. O que posso tirar dessa nova retomada é a lição que tudo está em constante transformação. Aceitar significa abrir mão do controle e se libertando dessa ilusão se enxerga através do prisma da realidade.

Um grande abraço a todos os amigos, estudiosos e leitores curiosos.