quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O Mal: Uma Reflexão Sobre a Polaridade Necessária ao Universo




Desde os primórdios da humanidade, o conceito do Mal tem sido objeto de profunda reflexão filosófica e espiritual. A busca pela compreensão das forças que permeiam o universo e a dualidade intrínseca à existência humana levou a diferentes abordagens, algumas delas remontam ao contexto alquímico e à perspectiva de Eliphas Levi.


Na filosofia alquímica, a busca pela transmutação da matéria bruta em ouro, simboliza a procura pela elevação do espírito humano em direção à perfeição. Neste contexto, o Mal é visto como a escuridão inicial, a "matéria bruta" que deve ser enfrentada e transformada para alcançar a evolução. Essa visão alquímica do Mal é relevante para compreendermos a polaridade necessária ao universo.


Eliphas Levi, um renomado ocultista do século XIX, também abordou o conceito do Mal em suas obras. Para ele, o Mal é uma força inevitável e presente na natureza, que desempenha um papel vital no equilíbrio cósmico. Assim como a luz e a sombra se complementam, o Bem e o Mal estão intrinsecamente ligados e constituem o tecido do universo.


Essa visão não busca justificar a maldade ou a crueldade humana, mas sim perceber o Mal como uma força polar que permite o desenvolvimento e a evolução. O Mal, ao desafiar a moralidade estabelecida, impulsiona a busca pelo Bem e permite que a compreensão e a valorização das virtudes sejam mais profundas.


A polaridade do universo é refletida em diferentes tradições filosóficas e religiosas. O yin e o yang da filosofia chinesa, a dualidade de Deus e o Diabo nas religiões monoteístas, todos apontam para a interdependência entre o Mal e o Bem. A luta constante entre essas forças opostas é a essência da experiência humana e da jornada espiritual.


No entanto, essa perspectiva não deve nos levar à complacência ou aceitação passiva do Mal. Ao contrário, reconhecer sua existência é um chamado para a autorreflexão e a busca constante pela elevação moral e espiritual. É através da luta contra o Mal que o caráter é forjado, a sabedoria é adquirida e a alma se purifica.


Portanto, a reflexão sobre o Mal e sua polaridade necessária ao universo nos convida a transcender dualismos simplistas e abraçar a complexidade da existência. Ao enfrentar as sombras, encontramos a luz; ao confrontar o Mal, fortalecemos o Bem. A jornada em direção à evolução espiritual requer o equilíbrio entre essas forças, e é nesse equilíbrio que descobrimos a verdadeira essência da vida.

Certamente! O tema do Mal e sua relação com o universo é complexo e profundamente enraizado nas discussões filosóficas e religiosas ao longo da história. Vou explorar alguns pontos adicionais sobre essa questão intrigante:


1. Dualidade e Equilíbrio: A ideia de dualidade, onde o Mal e o Bem são vistos como forças opostas, mas complementares, é uma abordagem recorrente em várias tradições de pensamento. Essa dualidade é percebida como essencial para manter o equilíbrio do universo. O conceito de dualidade é encontrado em várias filosofias orientais, como o taoísmo, que representa a interação harmoniosa e cíclica entre yin e yang, onde nenhum aspecto pode existir sem o outro.


2. Mal como uma Força Transformadora: De acordo com a perspectiva alquímica mencionada anteriormente, o Mal é visto como a escuridão primordial, a matéria bruta que deve ser trabalhada e transmutada para alcançar a elevação espiritual e a perfeição. Essa visão sugere que os desafios e adversidades, frequentemente associados ao Mal, podem atuar como oportunidades para crescimento e evolução pessoal.


3. A Questão do Livre Arbítrio: A discussão sobre o Mal também está intrinsecamente ligada ao conceito de livre arbítrio. Algumas correntes filosóficas sugerem que o Mal é resultado da capacidade humana de fazer escolhas, incluindo a escolha de praticar a maldade. A existência do Mal nos confronta com a questão da responsabilidade pessoal e moral.


4. Relatividade Moral: A natureza do Mal é muitas vezes subjetiva e relativa a diferentes culturas, épocas e perspectivas individuais. O que é considerado mal em uma sociedade pode não ser visto da mesma forma em outra. Essa relatividade moral levanta questões sobre a universalidade do Mal e o papel da cultura e da ética na sua definição.


5. Teodicéia e o Problema do Mal: O estudo do Mal também está relacionado com a teodicéia, uma tentativa de reconciliar a existência do Mal com a ideia de um Deus benevolente e onipotente. A presença do Mal no mundo tem sido um desafio para muitas crenças religiosas, e várias teodiceias foram propostas para abordar esse enigma.


Em última análise, o Mal é um tema que nos convida a uma profunda reflexão sobre a natureza da existência, a moralidade humana e o propósito da vida. Reconhecer a polaridade do universo e a dualidade do Bem e do Mal pode nos levar a uma compreensão mais profunda de nós mesmos e do mundo que nos cerca. É um convite para buscarmos o equilíbrio interior e a elevação espiritual, enfrentando as sombras e descobrindo a luz em meio às adversidades. A reflexão sobre o Mal nos desafia a sermos seres mais conscientes, compassivos e éticos em nossa jornada pela vida.

Com prazer! Vamos aprofundar cada um dos tópicos mencionados anteriormente:


1. Dualidade e Equilíbrio:

A ideia de dualidade está presente em várias tradições filosóficas e religiosas. Na filosofia oriental, como no taoísmo e no budismo, a dualidade é vista como uma lei natural que permeia o universo. O yin e yang no taoísmo representam a interação entre forças opostas, como feminino e masculino, escuridão e luz, passividade e atividade. Essas forças são interdependentes e complementares, e seu equilíbrio é essencial para a harmonia cósmica.


No contexto da dualidade, o Mal é muitas vezes visto como parte da ordem natural das coisas, desempenhando um papel necessário na manutenção do equilíbrio. A ausência do Mal pode levar à estagnação ou à falta de crescimento. Por exemplo, na natureza, as estações do ano representam uma dualidade entre o inverno, um período mais sombrio e frio, e o verão, um período mais quente e luminoso. Ambos são essenciais para o ciclo de renovação e crescimento da vida.


2. Mal como uma Força Transformadora:

Na alquimia, a busca pela "Pedra Filosofal" representa a transmutação da matéria imperfeita em uma forma elevada e perfeita. Esse processo alquímico não se restringe apenas à transformação de elementos materiais, mas também se aplica à transformação do próprio indivíduo, buscando a evolução espiritual.


O Mal, nesse contexto, é entendido como um estágio inicial de imperfeição, uma escuridão que precisa ser enfrentada e trabalhada para alcançar a iluminação. Assim como o carvão passa por intensas pressões para se transformar em diamante, as adversidades e desafios da vida são oportunidades para o crescimento pessoal e a elevação espiritual.


3. A Questão do Livre Arbítrio:

A existência do Mal e da maldade no mundo levanta a questão do livre arbítrio humano. Se somos seres livres para fazer escolhas, incluindo escolhas moralmente questionáveis, surge o dilema da responsabilidade pelas ações.


Essa questão é um desafio antigo conhecido como o "problema do Mal" ou "problema da maldade". Se Deus é onipotente e benevolente, por que ele permitiria a existência do Mal? Diversas respostas teológicas foram propostas ao longo da história, como a ideia de que o Mal é resultado da liberdade de escolha concedida aos seres humanos, ou que o sofrimento pode ser visto como um meio para o crescimento e aprimoramento da alma.


4. Relatividade Moral:

A relatividade moral é uma realidade amplamente observada na diversidade cultural e ética ao redor do mundo. O que é considerado mal em uma cultura pode não ser visto da mesma forma em outra. Essa relatividade pode ser explicada pelas diferentes normas sociais, crenças religiosas e valores arraigados em cada sociedade.


Essa noção desafia a existência de uma definição absoluta de Mal e levanta questionamentos sobre a natureza da moralidade. Algumas perspectivas filosóficas, como o relativismo moral, argumentam que não existem princípios morais universais e que a moralidade é construída pela sociedade.


5. Teodicéia e o Problema do Mal:

A teodicéia busca reconciliar a existência do Mal com a ideia de um Deus bom e poderoso. Essa questão tem sido debatida ao longo da história, e diferentes teodiceias foram apresentadas para tentar resolver esse paradoxo.


Alguns argumentam que o Mal é uma consequência inevitável do livre arbítrio humano e que Deus permite que o Mal exista para preservar a liberdade de escolha e a responsabilidade moral. Outra abordagem é a teodiceia do mundo em processo, que considera o universo em constante evolução e que o Mal é resultado da interação dinâmica de forças naturais e liberdade humana, e não de uma ação direta de Deus.


Em resumo, a reflexão sobre o Mal nos convida a explorar profundamente os mistérios da existência e da natureza humana. É um convite para questionar nossas crenças, compreender a dualidade inerente à vida e buscar a harmonia entre as forças opostas. A jornada para compreender o Mal e sua relação com o universo é uma busca constante por sabedoria, ética e compreensão, e uma oportunidade para alcançar uma maior conexão com nós mesmos e com o mundo à nossa volta.

domingo, 30 de julho de 2023

Para além das reflexões



Na obra de Oscar Wilde, "O Retrato de Dorian Gray", e no clássico de Robert Louis Stevenson, "O Médico e o Monstro", encontramos profundas reflexões sobre a natureza humana e suas complexidades, especialmente no contexto da solidão e da dor da alma. Esses personagens fictícios, embora distintos, podem ser interpretados como metáforas para a jornada humana em busca da sabedoria interior através da experiência da dor e da solidão.

Assim como Arthur Edward Waite afirmou, "A solidão é a oficina dos alquimistas da alma, onde o chumbo da dor é transformado no ouro da sabedoria interior". Nessa perspectiva, tanto Dorian Gray quanto o Dr. Jekyll compartilham da experiência de se encontrarem isolados em suas próprias angústias interiores, buscando uma liberação para suas dores e conflitos emocionais.

Dorian Gray, em sua busca pela juventude eterna e prazeres mundanos, se vê preso em um ciclo de vaidade e indulgência. Sua solidão é mascarada pela beleza superficial que o retrato em seu sótão carrega, guardando todos os sinais de seus pecados e degradação. A dor da alma de Dorian é refletida no retrato, enquanto sua consciência permanece intocada. O preço pago por Dorian Gray em seu desejo egoísta é a sua própria humanidade, aprisionado em um retrato envelhecido, enquanto sua aparência permanece imutável. Sua solidão, no final, revela a inevitável consequência de suas escolhas imorais e a incapacidade de escapar da dor que ele mesmo causou.

Já o Dr. Jekyll, em "O Médico e o Monstro", busca separar sua natureza boa da má, acreditando que, ao fazê-lo, poderia liberar-se do mal que o assombra. No entanto, sua experiência demonstra que a dor e a solidão da alma não podem ser facilmente dissociadas. A dualidade entre Dr. Jekyll e Mr. Hyde representa o conflito interior de cada ser humano, a batalha constante entre o bem e o mal que coexiste em todos nós. O sacrifício aqui é o de sua própria identidade e sanidade, enquanto tenta controlar o monstro dentro de si. A libertação só é alcançada quando o Dr. Jekyll toma consciência de que não pode separar-se de sua outra metade, mas deve encontrar um equilíbrio e aceitar toda a sua natureza.

Tanto Dorian Gray quanto o Dr. Jekyll enfrentam a dor e a solidão como resultado de suas escolhas e ações. O caminho para a sabedoria interior, para a libertação da alma, só pode ser alcançado quando reconhecem que cada ação tem consequências e que a verdadeira transformação só ocorre quando se compreende a interconexão de todas as coisas no universo. Consciência do todo é aceitar a responsabilidade por suas escolhas e suas sombras interiores, buscando o equilíbrio e a harmonia em vez da mera satisfação dos desejos imediatos. Somente assim a dor pode ser transformada em sabedoria, e a solidão, em comunhão com o universo.



No contexto do paralelo entre o amor universal, o amor efêmero e os prazeres dopaminérgicos, podemos encontrar uma relação profunda com a jornada da alma em busca de sentido e plenitude. O amor universal, muitas vezes associado à compaixão e ao amor incondicional, representa a conexão profunda com todas as formas de vida, transcende o ego e é uma expressão da unidade do ser com o todo cósmico.

Por outro lado, o amor efêmero é aquele que está sujeito à impermanência e à volatilidade das emoções humanas. Ele é frequentemente associado aos relacionamentos e paixões passageiras, baseados em atração física e desejos temporários. Esse tipo de amor pode trazer prazer momentâneo, mas também pode levar à dor e à solidão quando a conexão se desvanece.

Por sua vez, os prazeres dopaminérgicos referem-se aos estímulos que ativam a liberação de dopamina no cérebro, como o consumo de drogas, experiências sensoriais intensas ou comportamentos viciantes. Esses prazeres, embora possam trazer sensações de euforia e gratificação instantânea, também são passageiros e, muitas vezes, mascaram uma busca mais profunda por significado e satisfação verdadeira.

Nesse contexto, o amor universal representa a busca pelo verdadeiro sentido da existência e a conexão com algo maior do que o eu individual. Ele transcende a busca por prazeres momentâneos e efêmeros, apontando para uma compreensão mais profunda da vida e de nosso propósito nela.

Incorporando uma frase ocultista sobre a morte, podemos refletir sobre a natureza transitória da existência e a importância de confrontar a finitude como uma fonte de transformação:

"Na morte, encontramos o limiar que separa as ilusões do mundo material da verdadeira essência espiritual, revelando a eternidade que reside no âmago de cada alma." - Autor desconhecido.

Essa reflexão nos leva à questão da existência vazia que muitas vezes afeta as pessoas "sonâmbulas" que habitam o mundo. Vivendo em uma rotina mecânica e superficial, elas podem se sentir desconectadas do propósito da vida e presas em um ciclo de busca por prazeres imediatos e fugazes. Essa existência vazia pode ser resultado do afastamento do amor universal, da conexão com algo maior do que si mesmo, e da negligência das profundidades da alma em busca de sabedoria e significado.

A busca por prazeres efêmeros e dopaminérgicos pode proporcionar uma satisfação temporária, mas a verdadeira realização e plenitude só podem ser encontradas quando se desperta para a consciência do amor universal, para a conexão com o todo e para a compreensão de que a morte é apenas uma passagem para a eternidade da alma.

Assim, é essencial despertar do sono da existência vazia e buscar uma conexão mais profunda com a vida e com o universo, buscando uma consciência mais plena e significativa. A jornada rumo à sabedoria interior e ao amor universal é o caminho para romper com a superficialidade e encontrar a verdadeira essência do ser humano. Apenas quando nos conectamos com o todo, encontramos o sentido que preenche nossa existência e transcende a solidão e a dor da alma.

Ao refletir sobre a busca da sabedoria interior e do amor universal, é impossível não mencionar as ideias de Carl Gustav Jung, renomado psicólogo e estudioso da psique humana. Jung acreditava na existência de um processo de individuação, que é a jornada de autodescoberta e integração dos elementos inconscientes e conscientes da personalidade. Essa jornada é essencial para encontrar significado e plenitude na existência.

Assim como na alquimia, onde a Pedra Filosofal era o grande objetivo dos alquimistas, a individuação representa a busca pela "Pedra Filosofal" interior, que simboliza a totalidade e a unificação do ser. Ao alcançar esse estado de integração, a pessoa se liberta da ilusão da existência vazia e descobre a verdadeira essência de sua alma.

Jung acreditava que, ao explorar o inconsciente e confrontar os aspectos sombrios de nossa psique, podemos alcançar uma transformação interior profunda e alquímica. Ao integrar os opostos dentro de nós mesmos, encontramos a unidade e a conexão com o todo, abraçando nossa natureza mais profunda e espiritual.

Nessa aplicação etérea da existência, a busca pela Pedra Filosofal interior transcende as preocupações efêmeras do mundo material e se dirige ao encontro com nossa essência espiritual. É o processo de despertar para a conexão com o universo e com o amor universal, reconhecendo que somos parte de um todo maior.

Assim como na alquimia, em que a Pedra Filosofal tinha o poder de transformar metais inferiores em ouro, a individuação nos permite transformar as partes mais sombrias e imperfeitas de nossa psique em sabedoria e compreensão. É o caminho para a iluminação e a libertação da dor da alma, encontrando a essência pura e eterna que reside dentro de cada um de nós.

Em última análise, a aplicação etérea da existência é a busca pelo autoconhecimento profundo, pela integração das dualidades e pela conexão com o todo cósmico. É o mergulho na jornada alquímica da alma, onde a Pedra Filosofal representa a plenitude e a transformação interior. Quando nos empenhamos nessa busca, transcendemos a existência vazia e encontramos o verdadeiro sentido e propósito de nossa vida. Através do amor universal e da conexão com o todo, encontramos a sabedoria que preenche nossa existência com significado e transcende a dor e a solidão da alma. É o caminho para a verdadeira realização e iluminação.



segunda-feira, 24 de julho de 2023

A forja psiquica

 







Bom dia, boa tarde, boa noite. Venho trazer uma reflexão a cerca da psique do mago. É comum nesse blog me ver falando que o mago é senhor da vontade e por muitos posts ressaltei a importancia da persistencia diante das adversidades. A mente é martelo que bate até purificar o coração e é ai que entra o que chamo de forja psiquica.

Para se ter um metal puro o ferreiro bate varias e varias vezes...consigo ver uma certa semelhança com o processo de amadurecimento e nessa busca por remover as impurezas se conquista um coração forte como aço...mas não somos feitos de aço.

Somos feitos de carne e nosso peito sangra todo dia com o pulsar de nossos corações, ainda assim a razão se revela a unica ferramenta capaz de impulsionar o fluxo de emoções e energias psiquicas dentro de nossa realidade e amadurecimento.


A magia antes de mais nada é um jogo de fé que passa pela razão, mas que só ganha proposito dentro dos corações forjados pela vitoria da vontade sobre a apatia. Também é comum ver por aqui eu insistir na ideia que magia é a ação. O verbo divino que se realiza atravez do simples ato de agir. O ferreiro experiente é aquele que aprendeu a confiar nos processos...entende que são eles que refinam o trabalho e atravez deles que se obtém um resultado primoroso.

Gosto de pensar que a magia assim como tudo na vida cobra seu preço. Nada é de graça e aquilo que parece ser não recebe um valor lá muito alto. É preciso de esforço...porque só atravez dele que ha real progresso. Acreditar juntamente com a criatividade e a razão é o que torna o mago um mestre da forja psiquica.


Lembro de falar no post passado sobre a associação da espada e do ego. Aqui reafirmo que é somente atravez da forja psiquica o mago obtem o controle abrindo mão do controle. O ego é um fardo, uma maldição e saber refinar o coração para não se perder em impurezas é o dever sagrado de todo iniciado na arte.

Eu mesmo por conta do TDAH e do autismo tenho dificuldade em funções executivas...basta ver a falta de constancia aqui no blog, mas ainda assim cabe a mim lutar e entender que só metiante a martelada a mente dobra as fibras musculares do coração em um ato artistico e ritmado capaz de levar para aquilo que realmente almejo ser.

Carregue um coração forjado pela psique em niveis internos tão profundos como as raizes de uma grande arvore e entenderá que é perigoso ir sozinho sem emoções organizadas, cadenciadas e ministradas atravez da fundição da mente, o espirito e o objeto final, o coração, livre de dor e preocupação.




Por fim faço uso da colocação dita no filme dr estranho para ressaltar que não se fica acima das sombras e dos demonios internos sem um coração puro, forte e forjado atraves da arte de persistir martelada apos martelada até se comprender a ponto de não mais precisar se refinar, mas como somos falhos somos fadados a vira e meja voltar pra forja psiquica para novamente nos tranformamos em um eterno jogo de cura e ressurgimento.

domingo, 23 de julho de 2023

O Ego seria a espada suprema?


Olá, caro leitor que não desistiu do blog da cabana. Entre trancos e barrancos estou de volta. Então pega uma cadeira e se aconchegue no calor da lareira da reflexão e do pensamento. Nessa madrugada gostaria de levantar uma questão. Seria o Ego um vilão?

Sinceramente acredito que não. O ego está para o ser como a espanda para o magista. A espada antes de mais nada é uma ferramenta de violencia, mas tambem pode representar a proteção. Na magia representa o elemento fogo. O fogo que pode consumir tambem pode suprir. O ego é isso o fogo oculto no interior do Ser. Se descontrolado ele queima a si mesmo e o mundo ao seu redor, mas quando canalizado ele nos permite criar.

A espada é um simbolo de honra e poder e representa o masculino...O ego por sua vez é muito mal visto, mas ele que nos protege dentro de nossa fortaleza de amor proprio. Ele parte do que nos somos e nega-lo é algo perigoso.

Como dize Clarice Lispector: Até cortar os proprios defeitos pode ser perigoso..."

É isso o ego faz parte do que somos e o magista deve lidar com a luz e as sombras.  Respeitando cada uma das forças dentro de sua totalidade. Ha um ditado samurai que diz: "Uma espada em punho mantem a outra na bainha"

Esse ditado faz alusão ao fato que as vezes precismaos da sombra e vilaniza-la e nega-la é um erro infantil e orgulhoso. O ego é parte do Ser, mas não deve ser seu guia e sim sua proteção.

E você leitor o que pensa sobre o ego? Enxerga a beleza por tras das sombras? Particulamente não é facil mediar a fina linha que separa as varias camadas que constituem quem somos e o que queremos ser.


Schopenhauer, gosto da frase acima que pode ser encarada como arrogancia ou como efeito de um ego inflado, mas acredito que para desvendar os misterios da existencia é fundamental uma dose de veneno...veneno que impulsiona a inteligencia. Lembre-se que nem o budismo se liberta do ego.


Por fim faço uso das palavras da monja Coen para resaltar que a grandeza não está em se livrar do ego, mas controlar a si mesmo tão precisamente atraves da vontade a ponto de saber como manejar essa força...assim como o espadachim que treina para dominar a espada.